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Amamentar em público ainda é um Tabu.


A imagem ao lado faz parte da campanha “When Nurture Calls” (Quando a Nutrição Chama) elaborada por estudantes da University of North do Texas, Estados Unidos, com o intuito de chamar a atenção da sociedade sobre a pressão que as mães que amamentam em público sofrem, fazendo com que elas as vezes amamentem em banheiros ou em outros ambientes inapropriados, as imagens fazem as pessoas refletirem sobre o assunto e com isso, passem a olhar de forma mais delicada e respeitosa a mãe e o bebê. (saiba mais sobre a campanha em www.whennurturecalls.org)

Se você é mãe e amamenta em público, pode ter se deparado com olhares ou comentários constrangedores assim como eu, mas por que alimentar nossos filhos da porta de casa para fora ofende tanto? Algumas mulheres já usaram como argumento de que “não é legal você está ali tranquila com o seu marido e de repente aparecer uma mãe puxando a teta para fora e pôr na boca do bebê na frente de todos e o marido ter que ver isso”, dá a entender que a mãe está cometendo um delito e que ela adora se expôr, e pasmem, existem por aí inúmeras dicas de como amamentar em público sem ser “vulgar” (hein?). Infelizmente alguns ainda veem a amamentação como algo imoral e indecente se não estiver em casa, especificamente no quarto para que ninguém veja, com essa visão distorcida da amamentação, algumas mulheres, inclusive as que nem são mães ainda, costumam julgar àquelas que decidiram amamentar em público com comentários desrespeitosos. Nas redes sociais expõem tal indignação com xingamentos e palavras de baixo calão, com isso, algumas mães até falaram que deixaram de amamentar em lugares públicos devido aos olhares de reprovação ou por terem escutado absurdos como: “cobre esse peito por favor”, “você não pode amamentar aqui procure outro lugar” , e ainda tem quem possua a necessidade de criticar quem decidiu pelo aleitamento prolongado: “ela já tem mais de 1 ano por que ainda faz isso? E precisa ser aqui na rua?”.


Querendo ou não, de certo modo nos faz sentir culpadas por fazer algo absolutamente natural, pois se amamentar não fosse de nossa natureza não teríamos mamas. E por que tem que ser em público? Por que o bebê não escolhe a hora ou o lugar para sentir fome ou buscar aquele aconchego que a amamentação oferece, há mães que seguem horários rígidos, mas esse não é o caso por aqui pois a amamentação sempre foi em livre demanda.


“Ah, mas é só cobrir com a fralda”

No início eu sentia um desconforto em amamentar em público, pois sempre recebia olhares e até mesmo “conselhos” para que eu não fizesse isso, ou que se fizesse que me cobrisse com a fralda, porém a fralda me incomodava por inúmeros motivos, além de nos deixar desconfortáveis e uma sensação de abafo, nas poucas tentativas que coloquei a fralda, minha filha puxava e derrubava, daí me sentia incomodada por que, por um segundo, a minha teta ficou exposta, o que atrapalhava totalmente a concentração durante as mamadas, então não continuaria passando por todo esse sufoco unicamente para não constranger os outros, mas há mães que preferem e se sentem mais confortáveis com a fraldinha.



“Leva uma mamadeira quando for sair pelo menos”

Não conseguimos nos adaptar à mamadeira, além de não ser nada prática (para mim), o leite pode azedar ou esfriar (por mais que fique no isopor) , ocupa espaço na bolsa, e pode liberar o tão famoso Bisfenol A ou BPA, sim, aquele composto químico utilizado na produção de plásticos e resinas extremamente nocivo à saúde, que pode causar problemas hormonais e cardíacos principalmente em crianças, um simples aquecimento das mamadeiras, chupetas e outros produtos de plástico pode liberar esse composto, por mais que seja inevitável o uso de certos produtos, a mamadeira é pouco utilizada aqui em casa, somente para a água, isso quando ela não bebe em seu copinho, e antes que perguntem "e a chupeta?", ela não usa, foi uma decisão a qual tomamos (eu e o papai) desde a gestação, primeiro por temer o desmame, e depois por ficar pensando no vício que ela teria na chupeta, mas isso não é assunto para agora.

"Mas e quando você sai e precisa deixar o bebê, como faz?" Dificilmente precisei deixar minha filha em casa para que eu saísse, e quando precisava sair, não costumava demorar mais do que meia hora, porém a mamadeira ficava pronta para que minha mãe desse caso eu me atrasasse e ela chorasse, atualmente como estou morando em outra cidade e não tenho mais a mãe ou a sogra para me ajudar, sempre que saio a levo comigo, e como não estou trabalhando, a mamadeira realmente não se faz muito necessária.



“Depois de 6 meses o leite vira água, não precisa mais amamentar o bebê”

Ainda é preciso esclarecer esse e outros mitos acerca do leite materno, o Ministério da Saúde em 2014 lançou a Campanha Nacional de Amamentação com o tema “Amamentação. Um ganho para a vida toda”, objetivando o incentivo ao aleitamento materno prolongado por, pelo menos, até os 2 anos de idade, e não é por que seu bebê já consome outros alimentos que o leite irá virar água.



“Mas o leite artificial é igual ao leite materno, se bobear é até mais completo”

Gostaria de saber de onde as mães que falam isso retiram essa informação.

Segundo o site leitematerno.org, o leite materno possui proteínas, açúcar, gordura, vitaminas, água, anticorpos e glóbulos brancos, tudo para o bebê crescer saudável, protegendo-o de doenças e infecções, enquanto que o leite artificial, conhecido popularmente como “fórmula”, é feito a partir do leite da vaca, aumentando o risco de alergias, otites, amigdalites, bronquiolites, pneumonias, diarreias, infecções urinárias e sépsis, além de que o sistema imunológico do bebê não recebe a ajuda de anticorpos, glóbulos brancos e outros fatores responsáveis pela proteção do bebê, e que quando houver infecção, a mesma poderá ser mais grave, ou seja, os dois leites não são iguais.



“Amamentar é coisa de pobre”

Essa é a mais nova. Gostaria de entender esse raciocínio, mas simplesmente não consigo.

Somos mamíferos, e uma das características dos mamíferos é possuir glândulas responsáveis pela produção de leite para alimentar a cria, então se for seguir essa "lógica" de que a amamentação depende de classe social, uma mulher rica não amamentará pois ela não possui as glândulas responsáveis por produzir o leite, será que seria esse o motivo? (hahahhaha)


Se eu tenho a capacidade de amamentar por que não o faço? Por vergonha? Por preconceito? Medo? A minha vontade de amamentar é maior do que tudo isso, e não é apenas amamentar para alimentar, a amamentação vai além, é uma troca de carinho e olhares inexplicáveis, é afeto, transmitir amor e tranquilidade, por esses e outros motivos que continuo amamentando. Não sou contra a mamadeira e as fórumas para quem realmente precisa, de repente uma mãe não conseguiu amamentar por algum motivo, sabemos que a amamentação no início pode ser complicada, eu passei por muitas dificuldades, o leite demorou para descer, a pega estava errada, o bico começou a machucar, e precisei do leite artificial, meu desespero era tão grande que na época nem pensei em procurar um banco de leite, mas como continuei estimulando a amamentação, e com 2 meses ela não precisou mais da "fórmula", mas eu consegui por que tive apoio de todos ao meu redor, principalmente do papai, nós poderíamos ter desistido da amamentação, mas não era a nossa vontade, então quando você tiver dificuldades, procure ajuda, é preciso do apoio, do incentivo, não podemos desistir.


Quando nos tornamos mães, passamos a ser cobradas e pressionadas, precisamos ser as melhores, as perfeitas, “mulheres de aço” que precisam dar conta da casa, dos filhos, do marido, dos estudos, do trabalho, e quase sempre essas cobranças são de pessoas que nem convivem conosco, não precisamos de julgamentos ou de "conselhos" que na maioria das vezes só atrapalha, pelo contrário, precisamos de incentivo, e só quero seguir o meu desejo de poder ser a melhor que posso, e ter o direito de amamentar quando e onde quiser, de simplesmente exercer o meu “papel” de mãe.

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Alana Yagda, 27 anos, caloura no universo materno, não sou perfeita, mas isso faz com que eu busque o meu melhor, e hoje posso afirmar que me sinto mais completa e verdadeiramente feliz.

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