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Mãe paga a língua sim.



A maternidade me proporcionou repensar inúmeras atitudes as quais antes eu acreditava ser errado, quem nunca né? Aquele péssimo hábito de julgar outras mães como se somente eu agisse de forma correta, porém nada como o dia a dia dentro de casa como mãe e ainda ter que lidar com inúmeras tarefas domésticas para me mostrar que nem tudo é um mar de rosas, comecei a cair em contradição e fazer coisas que eu pensava que jamais faria, conclusão, paguei a língua.





"Parto cesáreo? Tá louca, vou fazer parto humanizado"


Aaaah o tempo, nada como um dia após o outro para perceber que nem sempre sai como planejado, na 32° semana de gestação vimos que nossa bebê, Iara, encontrava-se em posição transversal (aquela, deitadinha na barriga), e que mesmo fazendo inúmeros execícios que foram recomendados pelo obstetra ela continuava transversa, então aconteceu o óbvio, a cesárea, que por sinal não foi uma experiência nada agradável devido as complicações do pós-parto, o que não vem ao caso no momento.


“Leite artificial? Isso é para mulheres que tem preguiça de amamentar”


Quando Iara nasceu, o meu leite simplesmente não desceu, por mais que fizesse a ordenha e seguisse todos os conselhos que as enfermeiras da maternidade me deram, o leite não descia. Iniciou então a corrida atrás de acessórios como o bico de silicone e a bombinha, e por mais que eu a tenha usado inúmeras vezes e depois de incontáveis horas, o resultado sempre era desesperador, apenas 5ml de leite, como alimentaria a minha filha assim? Compramos o leite artificial, mas isso não m fez desistir da amamentação, continuei tentando e quando Iara completou 2 meses, meu sonho de finalmente conseguir amamentá-la foi realizado e não precisei mais da “fórmula”.


“Nunca darei chupeta para a minha filha”


O uso ou não da chupeta é um assunto bastante polêmico, conforme alguns pediatras, esse hábito pode prejudicar a dentição, mastigação, fala e respiração do bebê, além de que eu particularmente não considero a chupeta um acessório bonito.

Depois de incontáveis noites mal dormidas somadas ao meu desespero resolvi comprar a chupeta, foram duas ou três tentativas até que desistimos pois ela não se adaptou, acredito que por ela já estar com dois meses e sinceramente agradeço imensamente por ela não ter gostado.


"Festa de 1 ano? Pra quê se ela nem vai se lembrar?"


Quando ela completou 5 meses nós tivemos que nos mudar, fomos para outro estado devido às obrigações de meu marido com a faculdade e trabalho, com isso resolvemos fazer um mesversário e que ao mesmo tempo serviria de despedida, com direito a decoração, brindes e muitos convidados. Se fosse para seguir a ideia de que ela não lembraria de algo da festa de 1 ano, quem diria a de 5 meses.

Por mais que não tenhamos muitos amigos e nenhum membro da familia por aqui, a festa de 1 ano foi melhor do que o esperado, convidamos os colegas de trabalho e faculdade, e penso hoje que se não fizesse a festa, iria me arrepender.

“Acho um absurdo deixar um bebê assistir televisão”

Até os 5 meses da Iara muitas pessoas me ajudaram a cuidar dela e da casa, o que tornava o meu dia muito mais fácil, tudo mudou quando viemos embora, pois seria apenas ela, eu e meu marido, ainda que ele passe a maior parte do tempo fora de casa, sempre procura participar ativamente dos cuidados de nossa bebê, ou seja, trocar fraldas, dar banho, lavar as roupinhas dela, preparar a comidinha, passear, e além disso ele realiza as tarefas domésticas como lavar louça, roupa, passar pano, lavar banheiro, fazer comida, etc, e mesmo assim parece que a casa nunca se mantém organizada, e foi devido a essa demanda de atividades diárias que precisei recorrer à TV, embora tenha resistindo bastante.


"Minha vida nunca vai mudar por causa da bebê"


É óbvio que a nossa vida muda, principalmente quando nos afastamos de todos que conhecemos. Sou extremamente desconfiada para deixar a minha filha em casa com algum desconhecido só para que eu e meu marido possamos sair, esse medo consequentemente fez com que toda a nossa vida social mudasse radicalmente, antes estávamos rodeados de amigos, íamos para barzinhos e shows de rock, atualmente nosso círculo social consiste em colegas de trabalho e mamães com seus bebês, saímos somente durante o dia e sempre com a nossa pequenina, e para que não afete muito a rotina dela procuramos retornar para casa no máximo as 22 horas.

Mas nós amamos tudo o que aconteceu desde que ficamos 'grávidos', em respeito à essa mudança, nos habituamos, nós sentimos falta sim de muitas coisas, das saídas noturnas, porém sabemos que isso mudará conforme ela crescer e talvez seja por esse motivo que não entramos em conflito quando se trata de passeios, sempre fomos caseiros, cúmplices nas decisões e respeitamos as circunstâncias, como sempre falamos por aqui: “Se der deu, se não der, não deu”.

Reconheço que errei ao julgar, o mais importante é que também aprendi, não sabemos o que acontece com outras mães, como é a sua rotina para entender o que se passa ou quais foram as circunstancias que a levaram a agir de tal maneira, precisamos de mais apoio e menos julgamentos. Minha filha tem apenas um ano e já paguei a língua por várias vezes e tenho em mente de que ainda tem muito mais pela frente.

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Alana Yagda, 27 anos, caloura no universo materno, não sou perfeita, mas isso faz com que eu busque o meu melhor, e hoje posso afirmar que me sinto mais completa e verdadeiramente feliz.

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